Arcabouço fiscal: o que é? – 3
Nos anos finais do Século XX e iniciais do Século XXI, a consolidação da nova moeda – o Real – beneficiou-se da adoção de importantes medidas. Exemplos: a intensificação do processo de desestatização, a reforma da previdência, a federalização das dívidas estaduais e a aprovação da Lei de Responsabilidade Fiscal. Em 1999, o governo adota um conjunto de três medidas que passam a reger a política macroeconômica: câmbio flutuante, meta de inflação e meta fiscal, representada por superávits primários.
Importante exportador de commodities (matérias primas,
como alimentos e minérios), o Brasil se beneficia com a elevação dos preços
desses produtos. Foi o que aconteceu no período entre os anos de 2000 e 2014.
Além dos benefícios para os agentes econômicos, as reservas aumentaram e
políticas sociais foram implementadas sem a necessidade de aumento da carga
tributária.
Em junho de 2013, ocorrerem grandes demonstrações de
insatisfação em inúmeras cidades brasileiras. A pauta das reivindicações era
difusa devido à falta de organização dos movimentos. Críticas eram feitas às
tarifas de transporte coletivo, aos investimentos insuficientes nos serviços
públicos, aos gastos excessivos com a Copa do Mundo e a falta de
representatividade dos partidos políticos tradicionais.
Na economia, o fim do ciclo das commodities pegou o
país despreparado. No período de onze trimestres, entre o segundo de 2014 e o
quarto de 2016, o PIB nacional caiu 8,1%, constituindo a mais severa recessão
desde a queda de 8,5% ocorrida entre 1981 e 1983. A grave recessão econômica, teve,
entre as várias causas, o quadro fiscal com déficits primários em todos os
exercícios do período: 0,4% do PIB em 2014, 2,0% em 2015, 2,6% em 2016, 1,9% em
2017 e 1,7% em 2018.
A
inflação era mais um problema e o governo atuava segurando alguns dos preços
administrados, entre eles, as tarifas de energia e de transporte coletivo. Em
2015, a inflação medida pelo IPCA alcançou 10,57%, caracterizando período de estagflação,
inflação com recessão.
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